Certo dia, chegou à sua cabana de eremita (do Mestre Zen chines Daibai Hôjô) um monge que havia se perdido, perguntando-lhe como sair da montanha e chegar à aldeia mais próxima. Daibai respondeu: "Siga a Correnteza e saia", ou seja, basta seguiro curso do rio para sair das montanhas.
A poetisa Wariko Kai escreveu o seguinte poema:
Há rochas
Há raízas de árvores
Chuá chuá chuá chuá
Só chuá chuá, água fluindo.
Pensando de modo egocêntrico, chegamos a desejar que as rochas e as raízes não existam. No entanto, se mudarmos o ponto de vista, poderemos perceber que as rochas e raízes integram a paisagem de maneira deslumbrante. É justamente por sua causa que o rio se torna atraente. A visão das ondas nelas se fragmentando está além de qualquer descrição.
As rochas, raízes e respingos d'água são aspectos da grande natureza. A alegria, a raiva, a felicidade, a tristeza e todos os sentimentos humanos enfeitam a nossa vida. Percebendo isso podemos viver serenamente, aceitando tudo o que acontece, e conseguimos fluir como a água. Que simplesmente corre, acomodando-se a todas as formas, sem se apegar a nada.
Shundo Aoyama Rôshi - "Para uma pessoa bonita"
Nenhum comentário:
Postar um comentário