Caminhando, atravessamos a aldeia cantando sutras de casa em casa - ... A monja e a dona de casa encontram-se e trocam rápidas palavras. O encontro delas traz à tona o ditoso mundo de Dana. A monja "beatifica" o mundo, e o mundo nutre, alimenta a monja. Ela vive o que a gente da aldeia aspira viver. Então, essa gente a mantém e sustenta. O encontro durante o Takuhatsu é um gracioso brinde para ambas as partes. O aldeão, ou a aldeã, alcança a sua própria aspiração espiritual; a monja alcança a razão original de abraçar a mendicância: to gan shu jo, iluminar-se junto com todos os seres. Cada vida contribui para o bem estar da outra, é uma forma especial e recíproca de beneficiar o outro. Durante o Takuhatsu, a fonte e o fruto da prática espiritual encontram-se face a face no degrau da porta e trocam... Desde que decidiu ser um instrumento do Darma, a monja é uma servente da tradição religiosa e, desta forma, do mundo inteiro. Sua vida cotidiana é diferente daquela e, para os aldeões, ela é como uma mensageira da vida mendicante, andarilha, despojada e livre.
E, novamente, ela raspa sua cabeça. Isso é um favor, um agrado imensurável! as pessoas da aldeia só podem admirar a beleza da cabeça raspada, e admiram. A monja pode realmente fazê-lo; mas só por causa dos que continuam a viver no contexto social de suas famílias e comunidades. Esta relação mútua é a base da vida religiosa no Budismo. Para cada um a prática do Takuhatsu guarda um profundo significado.
M. Zen Angelika Zuiten -
Vivendo o Darma, Vivendo o Buda - Ed. Bodigaya.
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