sábado, 9 de maio de 2009
O Maior Presente à Mãe
No segundo domingo de maio celebra-se o Dia das Mães. Reservamos este dia para prestar uma homenagem à nossa mãe, embora não devamos esquecê-la em nenhum dia do ano. Não preciso descrever a grandeza da maternidade nem o imenso débito de gratidão que temos para com nossa mãe. Mesmo quando tentamos fazê-lo, nossas palavras parecem débeis e insuficientes por mais que nos esforcemos. Diz-se no Shinjikan-gyo, um dos sutras budistas: “Através do amor de um pai bondoso e uma mãe misericordiosa, todos os homens e mulheres são felizes e cheios de paz. O amor do pai é mais alto que a montanha e o amor de mãe é mais profundo que o oceano”.E também no Daijukyo-sutra se diz: “Se não tiveres um Buda para servir, servir bem aos teus pais é servir bem a Buda.
De fato, precisamos tentar perceber a vastidão da dívida que temos para com nossos pais. É demasiado freqüente não darmos valor a isso. Embora devamos tanto a nossos pais, muitas vezes vemos a dedicação que eles têm por nós como a coisa mais natural do mundo. Mais que isso, nós nos queixamos deles e até chegamos a lhes causar sofrimento. Rennyo Shonin disse certa vez: “Depois que nos habituamos, fazemos coisas com os pés quando deveríamos fazê-las respeitosamente com as mãos. Precisamos estar atentos”.
Deveríamos sempre fazer o melhor possível pela nossa mãe; mas, o que é “o melhor possível?” Acredito que o melhor que poderíamos fazer é nos assegurar de que nossa mãe não tenha motivos para se preocupar conosco e que suas expectativas a nosso respeito se cumpram.
“Nós recebemos nosso corpo dos nossos pais”, disse Confúcio. “Cuidar do corpo e não prejudicá-lo é o começo da piedade filial. Tornar-se independente e buscar o trabalho de sua vida, e deixar seu nome para a posteridade, é o objetivo da piedade”.
Quer nossa mãe esteja viva ou já falecida, é muito importante não lhe causarmos preocupação; contudo, nós as deixamos inquietas.
Toda mãe cria seu filho com amorosa solicitude, e com a expectativa de que aquela criança venha a tornar-se um bom menino ou menina, um excelente homem ou mulher que desempenhe um papel valioso na sociedade. Cada um de nós deveria lembrar o amor solícito e as esperanças da mãe, e realizar suas expectativas.
As mães estão sempre pensando em nós e se preocupando conosco. A história da mãe de Johnny é verídica. É um de nossos exemplos. A Sra. Yamada costumava ficar de pé no alpendre frio e escuro da casa de fazenda na Califórnia quando o filho saía com seu caminhão carregado de verduras. Ela ali ficava até os faróis do caminhão desaparecerem na rodovia distante. Era raro que ela voltasse para a cama depois que Johnny partia para o mercado.
Certo dia, como de hábito, Johnny e a mãe tomaram café às três horas da madrugada e depois ele saiu com o caminhão. E a mãe, como sempre fazia, ficou a observá-lo do alpendre.
Mas logo Johnny percebeu que esquecera um documento importante. Estacionou o caminhão na beira da estrada e voltou a pé através dos campos. Ao se aproximar da casa, notou um vulto escuro imóvel por um instante. Encheu-se de coragem, aproximou-se e perguntou:
— Quem está aí?
E o vulto respondeu:
— Johnny é você?
Johnny aproximou-se da mãe, ela pegou suas mãos e os dois ficaram em silêncio. Ela enxugou as lágrimas e disse com suavidade:
— Johnny, não é a primeira vez que eu fico de pé aqui no alpendre. Todas as madrugadas eu fico aqui por um longo tempo, depois que os faróis do caminhão desaparecem ao longe, esperando que você esteja a salvo e não seja tentado por amigos jogadores e beberrões. É claro que eu tenho toda confiança em você, mas eu me preocupo porque há muitas tentações nesta vida e é mais fácil cair do que subir. Johnny, você nunca vai me desapontar, vai?
A mãe de Johnny estava ciente de que nos últimos tempos ele andava jogando e bebendo. Depois desse incidente, Johnny tornou-se uma pessoa diferente e se afastou por completo dos colegas beberrões e jogadores.
Alguns de nós têm a sorte de suas mães estarem vivas e outros têm a infelicidade de as terem perdido. Quer nossa mãe esteja ou não, devemos honrá-la do mesmo modo.
No Dia das Mães, aquele cuja mãe é falecida deve recordar doces lembranças dela e tentar viver o tipo de vida que ela lhe ensinou; e aquele cuja mãe ainda está a seu lado deve oferecer-lhe um jantar ou presentes e fazer o melhor possível para torná-la feliz. No entanto, dentre todos os presentes, conforto, segurança e a realização de suas expectativas a nosso respeito são os maiores presentes que podemos oferecer à nossa mãe.
Gyomay Kubose
Templo Budista Apucarana Nambei Honganji
Fonte: http://www.dharmanet.com.br
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Olá!
ResponderExcluirEstá tudo muito bonito por aqui!
Feliz dia das mães!
Beijos!
Feliz dia para vocês também!
ResponderExcluirGasshô!