"Quando disse a uma criança que se podia tocar o apito com qualquer folha, ela me perguntou se se podia também tocar com folhas de pinheiro. Eu respondi que as folhas de pinheiro, quem as toca é o vento. A voz do vento que assobia entre as folhas de pinheiro é o som mais belo que existe.
Não é necessário que eu toque as folhas de pinheiro. O vento se encarrega disso. Que as toque eu ou o vento não tem importância, é a mesma coisa. Até quando uiva o vento, é sempre obra do Universo.
Por menor que seja a voz, é sempre a voz do Universo. Até mesmo o silêncio tem seu timbre, ainda que não o possa-mos ouvir; e a montanha também tem sua voz particular, uma voz de montanha".
Depois que o Rôshi se foi, no parque Kaikoen as árvores e as plantas, com o vento de Universo, continuam a tocar e cantar. Mas me pergunto se os visitantes atuais do parque conseguem perceber nesses sons a voz do Universo, a voz de Buda e o eco do apito de Yokoyama Rôshi.
Shundo Aoyama Rôshi - "Para uma pessoa bonita"
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