5) Depois de uma noite de chuva, a água cobre o caminho da aldeia.
Nesta manhã a relva espessa perto de minha cabana está fria.
Na janela, montanhas distantes da cor de jade azul-esverdeado.
Do lado de fora, um rio corre como a sede rebrilhosa.
Debaixo de um penhasco próximo à minha cabaninha, eu lavo minha orelha doída
Com água pura de poço,
Nas árvores, as cigarras recitam seus versos de outono.
Eu tinha preparado meu manto e cajado para uma caminhada,
Mas a beleza repousada me mantém aqui.
6) Neve fresca da manhã em frente ao templo.
As árvores! Elas estão brancas com flores de pêssego,
Ou brancas de neve?
As crianças e eu alegremente brincamos de jogar bolas de neve.
7) Primavera-vagarosamente o som pacífico
Do cajado de um monge se arrasta da aldeia.
No jardim, salgueiros verdes;
Plantas aquáticas flutuam serenamente no laguinho.
Minha tigela está fragrante com o arroz de mil casas;
Meu coração renunciou à soberba de status e riquezas.
Calmamente reverenciando a memória dos velhos Budas,
Eu vou à aldeia para um outro dia de mendigação.
8) Caminhando rente a um riacho límpido, chego até uma casa de fazenda.
O frio da noie deu lugar à calidez do sol da manhã.
Pardais se juntam em uma touceira de bambu, as vozes ficam flutuando de aqui para ali.
Eu me deparo com o velho fazendeiro de volta para sua casa;
Ele me cumprimenta como um amigo de há muito perdido.
Em sua casa, a senhora do fazendeiro aquece cahcaça
Enquanto comemos vegetais que acabaram de ser colhidos e conversamos.
Juntos, gloriosamente bêbados, não mais conhecemos
O significado da infelicidade.
Mestre Ryokan -
Fonte: "Flor do Vazio" - Ano5-Vol1 -Inverno 2000
Essa é a mágica,chamada vida,que merece ser exercida com intensidade.
ResponderExcluirAbraços.