quinta-feira, 27 de agosto de 2009

O Altar de Buda (Butsudan)


O Altar de Buda ou Butsudan pode ser feito numa mesa simples ou num altar tipo escada, de três andares.
Pode ser colocada uma toalha de mesa (pode ser branca), esta deve estar bem posicionada, centralizada.
A imagem principal (Honzon) da Escola Soto Zen é a do fundador do Budismo, Shakyamuni Buda. A imagem do Thatagata fica no centro da prateleira superior, no coração do altar. Esta área representa o Monte Sumeru (a montanha que está no centro da cosmologia Budista) e no centro dessa área fica a imagem principal.
A ambos os lado da imagem de Shakyamuni Buda colocamos as dos dois fundadores da Escola Soto Zen no Japão, Dogen Zenji (ao lado direito de quem olha) Keizan Zenji (ao lado esquerdo).

Oferta de água é colocada no centro da prateleira do meio. A água deve ser trocada diariamente.
Na prateleira mais baixa do altar de Buda, coloque o vaso de flores, o incensário e o castiçal. Os três na mesma linha. Os incensários possuem uma parte fronteira e uma traseira determinadas. Se o incensário se apoiar em três pés, um dos pés deve estar na frente. Antes do inicio do zazen ou da cerimônia, colocamos um incenso de espera (terço posterior do incensário). Os incensos devem estar bem centralizados. Em caso de termos um castiçal, este vai à direita de quem olha e as flores à esquerda. Se tivermos dois castiçais, estes ficam entre as flores e o incensário. Alternativamente, as flores podem ficar alinhadas com a água.
O Mokugyo (literalmente Peixe de Madeira, um instrumento de percussão) coloque-o à direita (de quem olha), e o(s) sino(s) à esquerda. Caso tenha apenas o sino, coloque–o a sua direita.
O mesmo formato usamos para o altar de Manjurseri Bosatsu.
Muito importante que o altar este sempre limpo e em ordem, respeitando o equilíbrio e a harmonia. Lembre de trocar a água das flores assim como retirar os restos de vela do altar e dos castiçais. Os incensários devem ser limpos diariamente.
Manter o altar limpo e em ordem faz parte da nossa prática. Mostra nossa atenção e a dedicação e o respeito com a prática e com os outros.

Adaptado das informações do site: www.sotozen-net.org.jp
Também pode ver em: http://zendovirtual.wordpress.com/pratica-em-casa/como-fazer-um-altar-para-sua-casa/
Revisado por Monja Isshin

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Dana – Doação espontânea

A prática da compaixão é marcada pelo impulso de partilhar, chama-se Dana a doação de recursos para sustentar as atividades da comunidade budista. Os alunos precisam estar atentos para não estarem na posição de quem recebe sem nada dar em troca, porque esta postura coloca o recebedor em uma situação constrangedora de quem recebe, é carregado pelos outros, mas não consegue ajudar os restantes seres com o seu próprio esforço.

Desde os tempos de Buddha a comunidade é sustentada pelos praticantes generosos, que cada um de nós possa olhar para a Sangha e pensar: ela existe também por minha causa, e os que sofrem podem aqui buscar refúgio.

Monge Genshô

DHARMA COM PIPOCA NO CINEMA DO CIC

EXIBIÇÃO DO FILME "A PARTIDA"




A Partida
Okuribito - 2008
Japão / 130 min / Drama
Direção: Yojiro Takita.

SINOPSE:

Daigo Kobayashi toca violoncelo em uma orquestra que acabou de fechar e fica desempregado. Ele resolve voltar para sua cidade natal com sua mulher e recomeçar a vida em um novo emprego. Ao procurar trabalho nos classificados do jornal, consegue vaga arrumando defuntos que serão cremados. Daigo se torna orgulhoso e perfeccionista em sua nova tarefa de ser o porteiro entre a vida e a morte. Leia mais!

Assista o trailer: http://www.youtube. com/watch? v=yZ_a3NlQqpI
Local: Cineclube Nossa Senhora do Desterro - CIC
Data: 27 de Agosto
Horário: 20 horas
Ingresso: R$ 10,00 (inteira) e R$ 5,00 (meia)

Obs: Favor chegar com pelo menos 15 minutos de antecedência.
Mais informações:centrozenfloripa@gmail.com

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Verdadeira Fé no Budismo

Meu professor, Harada Roshi, estabeleceu oito aspectos importantes para o estudo do Budismo, que denominou "Verdadeira Fé no Budismo". Apesar de se referirem diretamente à essência do ensinamento, esses pontos são simples. Quem os compreender claramente poderá se considerar conhecedor daquilo que é o Budismo.
Os oito aspectos são:
1.Natureza-Buda
2.Interpretação incorreta de "si mesmo"ou do "eu"
3.Vida Eterna
4.Lei da Casualidade
5.Existência de Todos os Budas
6.Atração mútua entre Buda e todos os seres
7.Um, não dois
8.Caminho para o estado Buda
...

Hakuun Yasutani, 1966
Oito Apectos no Budismo.

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

FUKANZAZENGI - Regras universais do Zazen

(Manual de meditação do mestre Eihei Dogen - Japão, 1200 - 1253 dC)

Agora, quando procuramos a fonte do Caminho, descobrimos que é universal e absoluta. Torna-se desnecessário distinguir entre prática e iluminação. O ensinamento supremo é livre, então por que deveríamos estudar os meios de atingi-lo? Sem dúvida, o Caminho está bem longe da delusão. Por que, então, preocupar-se com os meios de eliminá-la?

O Caminho está completamente presente onde você está, então qual a necessidade de prática e de iluminação? Contudo, se no início houver a menor diferença entre você e o Caminho, o resultado será uma separação maior do que aquela entre o céu e a terra.

Se surgir o menor pensamento dualista, você perderá sua mente-Buda. Por exemplo, algumas pessoas se orgulham de sua compreensão, e acreditam que estão ricamente dotadas com a sabedoria de Buda. Crêem que já alcançaram o Caminho, iluminaram suas mentes e conquistaram o poder de tocar os céus. Imaginam que estão andando no reino da Iluminação. Mas o fato é que quase perderam o Caminho absoluto, que está além da própria iluminação.

Ainda se vêem as marcas daquele que por seis anos sentou-se ereto e se ouvem os ecos do Monte Shaolim onde por nove anos sentou-se de face para a parede aquele que transmitiu o selo da mente. Já que estes antigos sábios eram tão diligentes, como podem os praticantes dos dias atuais deixar de praticar zazen? Devemos parar de correr atrás de palavras e de letras e aprendermos a nos retirar e refletir sobre nós mesmos. Quando assim fazemos, nosso corpo e mente são naturalmente transcendidos, e nossa natureza-Buda original se manifesta. Se almejarmos realizar a sabedoria de Buda, devemos começar a praticar imediatamente.

Para fazer zazen, é desejável um local tranqüilo. Devemos ser moderados no comer e no beber, abandonando todo relacionamento deludido. Deixando tudo de lado, não pensemos nem no bem, nem no mal, nem no certo, nem no errado. Assim, tendo cessado a agitação da mente, abandonamos até mesmo a idéia de nos tornar Buda. Isto é verdadeiro não só para o zazen, mas para todas as nossas ações cotidianas, sem apego ao sentar ou ao deitar.

Geralmente, colocamos um acolchoado quadrado no chão, onde vamos sentar, e sobre ele uma almofada redonda. Podemos sentar na posição de lótus ou na de meio lótus. Na primeira, colocamos o pé direito sobre a coxa esquerda, e em seguida o pé esquerdo sobre a coxa direita. Na segunda, apenas colocamos o pé esquerdo sobre a coxa direita. As roupas devem ser folgadas, mas bem arrumadas. Em seguida, colocamos o dorso da mão direita sobre o pé esquerdo e o dorso da mão esquerda sobre a palma direita, com as pontas dos polegares se tocando levemente. Devemos nos sentar perfeitamente eretos, nem inclinados à direita, nem à esquerda, nem para frente, nem para trás. As orelhas devem estar alinhadas com os ombros e o nariz alinhado com o umbigo. A ponta da língua deve ser colocada no palato, os lábios e dentes devem ficar fechados. Mantendo os olhos entreabertos, respiramos suavemente pelas narinas. Finalmente, tendo regulado o corpo e a mente fazemos uma respiração profunda, movendo nosso corpo para a esquerda e para a direita e então, devemos ficar imóveis, sentados tão firmes quanto uma rocha. Existe o pensar, existe o não pensar e existe o inconcebível. Esta é a verdadeira base do zazen.

Zazen não é meditação passo a passo. É o portal do Dharma da agradável tranqüilidade, é a prática e a realização da Iluminação, é tornar-se o "koan". A verdade aparece, não mais havendo delusão. Se compreendermos isto, estaremos completamente livres, como um dragão na água, ou um tigre recostado na montanha. O Dharma Correto surge naturalmente e ficamos completamente livres de todo cansaço e confusão. Ao terminarmos o zazen, devemos mover o corpo devagar e nos levantar com
calma. Não devemos nos mover bruscamente.

Pela virtude do zazen, é possível transcender a diferença entre o comum e o sagrado e obter a capacidade de morrer sentado ou de pé. Além do mais, é impossível para nossa mente discriminatória compreender como os Buddhas e Ancestrais do Dharma comunicaram a essência do Zen a seus discípulos, com o levantar de um dedo, com uma vara, jogando uma agulha ou batendo com o martelo de madeira; ou como eles transmitiram a iluminação com o levantar de um hossu, de um punho, de um bastão ou com um grito.

Tampouco, este assunto pode ser compreendido através de poderes sobrenaturais ou de uma visão dualista de prática e iluminação. Zazen é a prática além dos mundos subjetivos e objetivos, além do pensamento discriminatório. Assim, nenhuma discriminação deverá ser feita entre o inteligente e o não-inteligente. Praticar o Caminho com todo o respeito é, em si mesmo, iluminação. Não existe separação entre a prática e a iluminação, ou entre o zazen e a vida cotidiana.

Os Buddhas e Ancestrais do Dharma, tanto neste país, quanto na Índia e na China, todos preservaram cuidadosamente a mente-Buda e incentivaram assiduamente o treinamento Zen. Devemos, pois, nos dedicar exclusivamente, e sermos completamente absorvidos pela prática do zazen. Apesar da divulgação de inúmeras maneiras de se compreender o Budismo, devemos praticar somente o zazen. Não há motivo para abandonarmos nosso assento de meditação e fazermos viagens inúteis a outros países. Se nosso primeiro passo for errado, inevitavelmente tropeçaremos.

Já tivemos a boa fortuna de nascer com um corpo precioso, então, não devemos desperdiçar nosso tempo à toa. Agora que sabemos qual é a coisa mais importante no Budismo, como podemos ficar satisfeitos com o mundo transitório? Nossos corpos são como o orvalho sobre a relva, e nossas vidas como o clarão de um raio, que desaparece num instante.

Sinceros praticantes Zen, não se espantem com o Verdadeiro Dragão, nem gastem muito tempo inutilmente apalpando apenas uma pequena parte do elefante. Dediquem seus esforços ao caminho que leva diretamente à natureza-Buda. Respeitem aqueles que alcançaram o conhecimento completo, que estão sem intenção de intenção.

Tornem-se um com a sabedoria dos Buddhas e assim, sucessores legítimos da iluminação dos Ancestrais. Praticando desta maneira, certamente serão capazes de compreender tudo isto. Então, a casa do tesouro naturalmente se abrirá e vocês poderão se servir à vontade.

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Os Princípios do Zazen de Mestre Dogen

...

Por favor, meus caros discípulos, considerai que a
nossa vida é tão vã e efêmera quanto a gota de orvalho
sobre a relva de manhã, e que o nosso destino é tão
impermanente quanto o sonho ou ilusão, a bolha d'água
ou a sombra.

Quando uma gota d'água cai no oceano,
Quando um grão de pó cai na terra,
A gota d'água já não é uma gota d'água,
Torna-se oceano,
E o grão de poeira já não é um grão de poeira,
Torna-se a terra inteira.

...

O Zen de Dogen não é ambição de vir a ser mais do que
humano, um ser especial, Buda ou Deus. Tampouco é a
esperança de ter a visão da vacuidade, ou de fazer
milagres. É voltar à condição normal do espírito
humano.
A prática do zazen traz a paz interior. Além disso, o
vosso zazen influencia toda a humanidade, todo o
cosmo.
Zazen é um jogo, o maior de todos. Só os que o
compreenderam continuam a praticar.

O Anel do caminho -
Taisen Deshimaru

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

A Pupila de Buda

Quando nós, monges e monjas, fazemos takuhatsu - a mendicância em vias públicas-ao recebermos uma doação, entoamos uma prece de agradecimento, que se traduz mais ou menos assim:

Méritos infinitos na Paramita da Doação. Dar e receber assim se completam.
A doação, o que é doado e quem recebe não existem por si sós. E são todos de igual valia.


Paramita significa completar, terminar, alcançar o objetivo, chegar a outra margem, ir da dificuldade para a solução, da ansiedade para a tranquilidade. Dana ou doação é doar coisas materiais, doar ternura, doar afeto, doar trabalho, doar momentos da vida. Esse Paramita é a atividade social de compartilhamento, cuidado, entre eu e o outro. Entretanto, percebemos que o outro é um aspecto de nós mesmos e dentro da compreensão superior, todos estamos interligados e só é possível dar, compartilhar, cuidar, amar, se houver alguém ou alguma coisa para se dar, cuidar e compartilhar no amor incondicional de Buda. Pupila de seu olhar.
...
Tudo ocorreu, ocorre e ocorrerá na pupila de Buda.

M. Coen Sensei -
Jornal ZendoBrasil

O Lixo

Impuro ou imaculado. Sujo ou puro. Estes são conceitos que formamos em nossa mente. Uma bela rosa que recém cortamos e colocamos em um vaso é imaculada. Ela cheira tão bem, tão pura, tão fresca. Ela traduz a idéia de ser imaculado, O oposto é uma lata de lixo. Cheira muito mal e está cheia de coisas em putrefação.
Porém, isto é apenas quando você olha superficialmente. Se você olhar mais profundamente, você verá que, em apenas uns cinco ou seis dias, a rosa se tornará parte do lixo. Você nem precisa esperar cinco dias para ver isto. Se você simplesmente olhar para a rosa, olhar profundamente, você pode ver isto agora. E, se você olhar dentro da lata de lixo você verá que em uns poucos meses seu conteúdo poderá transformar- se em adoráveis vegetais, e até mesmo em uma rosa. Se você for um bom jardineiro orgânico e tiver os olhos de um bodhisattva, olhando para a rosa você poderá ver o lixo, e olhando para o lixo, você poderá ver uma rosa. Rosas e lixo intersão. Sem uma rosa não podemos ter lixo; e, sem o lixo, não podemos ter uma rosa. Elas precisam muito um do outro. A Rosa e o lixo são iguais. O lixo é tão precioso quanto a rosa, na mesma medida. Se nós olharmos profundamente para os conceitos de impureza e pureza, seremos remetidos para a noção de interser.


THICH NHAT HANH -
"Rosa e lixo"

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Entrai pelo pórtico

Um monge chamado Choro faz uma visita a Kisan, o discípulo de mestre Tosan.
_ Como se pode quebrar o pórtico estreio com a ponta da flecha?
Responde-lhe Kisan:
_ Por favor, entrai pelo pórtico e atirai o hospedeiro para fora.
Kisan vibra em Choro sete pancadas com um enorme Kyosaku... Os golpes voam em todos os sentidos e vão cair justamente sobre a cabeça.
_ Agora, posso admitir-vos, reconhecer-vos, mas será preciso que duvideis duante trinta anos; assim podereis revolver o problema.
... É preciso duvidar durante trinta anos ... Esse pórtico é realmente de aço! Aqui e agora, ninguém pode transpo-lo, nem Choro conseguiu cruzá-lo.

A tigela e o Bastão -
Taisen Deshimaru - Ed. Pensamento

DHARMA COM PIPOCA



A COMUNIDADE ZEN BUDISTA DE FLORIANÓPOLIS CONVIDA PARA:
DHARMA COM PIPOCA
EXIBIÇÃO DO FILME “ZEN”

Título original: Zen
Diretor: Banmei Takahashi's
Língua original: Japonês
Legendas: português
Duração: 127 min.
Lançamento: 01/2009

SINOPSE
Filme baseado em fatos reais, ambientado no Japão e na China. Retrata a vida do mestre zen budista Dogen Zenji, durante o turbulento período Kamakura. Seus pais morreram quando ele ainda era muito jovem, e o último desejo de sua mãe era que ele se tornasse um monge e trabalhasse para o bem de todos os seres. A experiência de ter perdido seus pais, deu uma visão especial a Dogen para a natureza fugaz da vida e desencadeou a sua busca pela iluminação. Ele viajou para a China e treinou para se tornar um mestre budista, mas quando retornou ao Japão para difundir o que ele aprendera como uma forma nova de budismo, foi recebido com muita resistência e repressão.
Oportunidade única de assistir um dos mais belos filmes já produzidos sobre o Zen!

Assista o trailer: http://www.youtube. com/watch? v=94n2hDg- vTg

Local: Sala multimídia - Província Coração de Jesus (ao lado do Daissen Restaurante Vegetariano)
Data: 15 de Agosto
Horário: 16 horas
Contribuição: 5,00 (com direito a pipoca)
Comentários: Monge Genshô
Obs: Favor chegar com pelo menos 15 minutos de antecedência.

Atenção: Aguardamos sua confirmação até 14/08 através do e-mail: centrozenfloripa@ gmail.com ou pelo fone: (48) 9982.1969

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

História Buddhista

Durante a geração que precedeu a vinda do Buddha Sãkyamuni na terra, muitos cidadãos do clã sãkya foram brutalmente massacrados pelo malvado rei Virûdhaka, o assim chamado " Rei Cristal". Porque tal evento terrível ocorreu? Bem, aconteceu que perto de Kapila, a cidade Sãkya na qual o Buddha nasceu, havia um grande lago e nas margens desse lago havia uma pequena vila. Ninguém se lembrava do nome da vila. Certo ano, uma grande seca ocorreu. A colheita se perdeu e os moradores do vilarejo não podiam encontrar nada para fazer a não ser matar e comer os peixes que viviam nesse lago. Eles pegaram todos os peixes, exceto um. Este último peixe foi capturado por um garoto que brincava com a pobre criatura balançando-a pela sua cabeça. E era isso que o garoto fazia quando os moradores viram o peixe, o pegaram e o mataram .
Então, as chuvas chegaram novamente e a vida de todo o reino voltou ao normal. As pessoas se casaram e tiveram filhos. Uma dessas crianças era Siddhãrtha, o Buddha, que nasceu na cidade de Kapila, perto da vila e perto daquele lago. Siddhãrtha cresceu, pregou o Dharma, conquistando muitos seguidores. Entre eles estava o rei de Srãvasti, o rei Prasenajit. Este rei casou-se com uma moça sãkya e os dois tiveram um filho, o príncipe Virûdhaka, "O Rei de Cristal". A dupla real decidiu educar o príncipe em Kapila, a cidade do Buddha. No começo tudo estava bem. O príncipe era um garoto saudável e logo se tornou bastante forte e agradável. Mas, antes que estivesse pronto para entrar na escola, um evento inesperado ocorreu! Aconteceu que certa vez, durante a ausência do Buddha de Kapila, o jovem príncipe subiu no Venerável Assento do Buddha e começou a brincar. Ele não queria fazer nenhum mal - era apenas uma criança brincando. Mas, ah! Os concidadãos do Buddha viram o príncipe brincando nesse lugar sagrado e ficaram muito raivosos, repreendendo o príncipe, tirando-o da cadeira, humilhando-o e punindo-o. Como pode criança entender a tolice desses fanáticos? Nem mesmo os adultos podem compreender. Isso era realmente muito misterioso. O tratamento duro serviu apenas para tornar o príncipe mais amargo e ser a causa de seu ódio por todas as pessoas do clã sãkya. Foi o tratamento duro que o colocou na carreira de crueldade e vingança. Finalmente, o príncipe matou seu próprio pai e ascendeu ao trono se Srãvasti. Então, como rei Virûdhaka, o Rei de Cristal, ele finalmente foi capaz de empreender sua vingança contra o clã sãkya. Liderando seus próprios soldados, ele começou o ataque à cidade de Kapila.
Quando os concidadãos do Buddha vieram a este para contar sobre o iminente massacre eles o encontraram sofrendo de uma terrível dor de cabeça. Eles lhe imploraram para que interviesse e resgatasse o povo de Kapila do ataque brutal de Rei de Cristal, mas Buddha, com muita dor, recusou-se a ajudar. "Um karma fixado não pode ser mudado", ele disse.
Os concidadãos, então, se voltaram para Maudgalyayana, um dos discípulos mais poderosos do Buddha, e imploraram por sua assistência. Ele ouviu a sua triste reclamação e, movido pela piedade, decidiu ajudar os cidadãos de Kapila. Usando de suas habilidades sobrenaturais Maudgalyayana estendeu a sua tigela miraculosa para o reino Sãkya ameaçado, e permitiu que quinhentos deles subissem na tigela. Então, ele levantou a tigela, alto no ar, pensando que os tinha levado para a segurança. Mas, então, quando ele baixou a tigela, os quinhentos homens tinham se transformado numa piscina de sangue.
A avassaladora visão alarmou todo mundo, tanto que Buddha decidiu revelar a história de seus ancestrais: aqueles moradores do vilarejo que tinham matado todos os peixes durante a seca.
"Este grande exército de soldados que agora atacam Kapila eram antes aqueles peixes", ele explicou. "As pessoas de Kapila que estão sendo agora massacradas eram as pessoas que mataram aqueles peixes. O Rei de Cristal, ele mesmo, era aquele último grande peixe. E quem vocês acham", o Buddha perguntou, segurando um pano frio na sua testa, "era o garoto que balançava o peixe sobre sua cabeça?"
Assim, por terem matado o peixe, as pessoas sofreram a morte, e por ter machucado a cabeça do peixe o Buddha foi, então, amaldiçoado agora com uma terrível dor de cabeça. E o que dizer sobre Virûdhaka, o Rei de Cristal? Naturalmente, ele renasceu no inferno.

Nuvem Vazia -
Os Ensinamentos Zen de Hsu Yun - Ed. Nalanda.

É Preciso Refletir

Quando eu estava no Japão, nós monjas íamos rezar nas casas dos paroquianos.
...
Perguntei então ao marido:
"O senhor já viveu muito mais do que eu. O que aprendeu? O que de mais importante e fundamental poderia me ensinar?".
Ele me olhou surpreso. Depois de alguns momentos respondeu:
"Fui jogador profissional de beisebol. A vida é como um jogo. Depoi de arremessada a bola é impossível puxá-la de volta. Não é possível alterar a força e a direção que demos à bola, ou tomá-la de volta. A maneira como a arremessamos é como ela será rebatida pelo adversário. Não dá para voltar atrás. Assim, devemos ter muito cuidado com o que falamos, fazemos e mesmo pensamos. Quando arremessamos a bola não é apenas a técnica. É também nossa mente".
...

M. Coen Sensei -
Viva Zen - PubliFolha

domingo, 9 de agosto de 2009

Zazen: A Meditação Zen

Não sentamos em Zazen para descansar. Naturalmente, há algum relaxamento envolvido, ou mesmo requerido, mas, inicialmente, nosso Zazen requer alguma força. Fazemos algum esforço. Despejamos encontrar o Buda em nós, e o Buda em nós deve sentar-se conosco. Ele senta porque sentamos. Desejamos que o Buda que há (e sempre houve) em nós, cresça e apareça, preenchendo completamente todo o nosso ser. É isso o que fazemos durante o Zazen. Portanto, de antemão, precisamos saber que "há um Buda sentado conosco". Pode levar tempo para compreendermos e acreditarmos, ou para desenvolvermos internamente essa certeza, pois sempre tivemos a impressão de que o nosso "eu" era independente, separado de tudo o mais. Então, como aceitar que não estamos realmente separados, nem há nenhum abismo absoluto entre nós e todo o universo? não é fácil nem simples, para alguns. Mas pode ser que já tenhamos recebido, ou escutado algum ensinamento interessante, do tipo: "Há uma centelha divina brilhando em cada coração...". Bem, se tivermos essa sorte, certamente que isso pode ser útil para compreendermos melhor esse ponto.
...
De repente, pode ser que cheguemos ao ponto de nos "esquecer"de tentar encontrá-lo, e é exatamente aí, nesse ponto inefável, inexprimível, que apenas somos (Buda). Um estado de "não-eu" é também percebido... Tudo apenas é "tal e qual é", incluindo a nós mesmos, sem discriminação nem julgamento. Então, "eu" e "não-eu" são o mesmo, são o mestre, o Buda que, junto com todo o universo, surge, desabrocha, aflora diretamente da nossa experiência, sem qualquer forma de intermediação. O Buda interior se senta e se acomoda conosco na nossa almofada de meditação (zafu). Pela primeira vez, descobrimos, sabemos e vemos que estamso realmente sentados sobre a nossa almofada de meditação, nada mais nada além, nada especial. Zazen é sentar-se, corpo e mente, mas nunca antes havíamos conseguido. Sempre fazíamos milhões de coisas ali, menos sentar.
...

Monja A. Zuiten -
Vivendo o Darma, Vivendo o Buda - Ed. Bodigaya

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

A superior qualidade do bodhichitta

Muitos de nós preferem práticas que não lhes causem desconforto e, no entanto, ao mesmo tempo, desejamos ser curados. Mas o treinamento do bodhichitta* não funciona dessa maneira. Um guerreiro aceita que nunca podemos saber o que irá acontecer conosco em seguida. Podemos tentar controlar o incontrolável, tentando encontrar segurança e previsibilidade, sempre na esperança de ficarmos confortáveis e seguros. Mas, na verdade, nunca podemos evitar a incerteza. Esse não-saber é parte da aventura e é, também, o que nos faz ter medo.
O treinamento do bodhichitta* não oferece a promessa de finais felizes.Em vez disso, esse "eu" que deseja encontrar segurança - que quer algo a que se agarrar - pode, finalmente, aprender a crescer. A questão central do treinamento do guerreiro não é de como evitamos a incerteza e o medo, mas de como nos relacionamos com o desconforto. Como é que praticamos com a dificuldade, com as nossas emoções, com os embates imprevisíveis de um dia normal?

Pema Chödrön -
Os lugares que nos assustam - Ed Sextante


* Bodichitta: Chitta significa "mente" e, também, "coração" ou atitude". Bodhi significa " desperto", "iluminado" ou completamente aberto. Bodichitta "coração e mente completamente abertos".

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Pergunta

Pergunta: O que significa o verdadeiro zazen?

Doshô Saikawa Roshi: Estou falando do shikantaza. Shikantaza significa que qualquer coisa que surge na sua mente você deixa ir sem se apegar a ela. As coisas quando surgem na vida diária você tenta guardar, ficar com elas na memória, mas não fazemos isto no shikantasa.Quando surgem coisas ruins na nossa mente, na vida diária, nós tentamos afastá-las, tentamos esquecer rápido. Em shikantaza também não fazemos isto. Quando vem deixamos vir, quando vai deixamos ir. Não fazemos contatos, não tocamos estas coisas. Nós deixamos passar. Se nós tentarmos guardar as coisas boas ou nos livrarmos das ruins, isto é dualidade, como este lado, aquele lado. Deixar ir e vir é ficar além desse dualismo. Você consegue fazer isto no zazen. Este estágio é iluminação. Se você acordar para isto você pode ir mais fundo.

Palestra Doshô Saikawa Roshi ministrada para a Comunidade Zen Budista de Florianópolis e amigos, na abertura oficial da Sede da Comunidade, em Florianópolis no dia 03 de outubro de 2006.
Decupada da gravação e digitada por Jane Denkô.

Tudo o que temos

...
Quando dizemos o Buddha, o Dharma e a Sangha, estes três tesouros, isso parece na nossa mente alguma coisa distante, um lugar muito alto.Mas isto é realmente aqui e agora. Não é um lugar distante porque tudo o que nós temos é apenas este momento.Este momento nunca vai voltar novamente nesta eternidade deste inteiro universo.Cada momento é apenas um momento. Não pode ser comparado com qualquer outro momento.Os seres humanos tem tido muito progresso, muito. Assim nós temos uma maneira de comparar com ontem, com o ano passado, assim nós podemos pensar sobre o passado, pensar sobre o futuro e comparar um com o outro e assim esta nossa cultura de progresso, este progresso que vem aqui e agora. Então a atividade mental é muito boa também para os seres humanos e por causa disso nós esquecemos que tudo o que nós temos é este aqui agora. Não pode ser comparado com nenhum outro momento.Assim este momento é o momento da mais alta iluminação.Por que este momento é iluminação? Porque a cada momento nós somos um com todo o universo. Quando eu disse durante o primeiro zazen: um espelho contém todo o universo a cada momento, é um em todo o universo a cada momento, sem nenhuma perda, sem nenhuma preferência, sejam um com todo o universo, sejam um com este inteiro universo, recebam sem apego e deixem ir sem apego.Mas se em nossas mentes nós temos apego, comparamos com as nossas memórias e com os nossos pensamentos acerca do futuro então ao mesmo tempo a nossa atividade mental é uma ferramenta útil, mas ao mesmo tempo cria doença. É fácil de entender que os nossos olhos são espelhos sem identidade própria, sem preferência, sem apego; a mesma coisa com os ouvidos que são espelhos para sons, sem identidade, sem apego, sem preferência.Apenas sejam um com todo o universo. Nosso nariz é um espelho para os cheiros, sem identidade, sem apego, sem preferências e a língua é o espelho para os gostos. Sejam um com todo o universo, sem apego, sem preferências.Nosso corpo e nossa pele também são espelhos. Recebam o frio e o calor, sem apego, sem preferência. Mas parece que a nossa mente tem um self, uma identidade, porque a mente tem apego. Na nossa mente nós temos uma lua imaginária dentro de uma gota de orvalho. Quando a lua está no céu ela sempre está dentro da gota de orvalho, assim parece que a lua existe dentro de uma gota de orvalho, dentro da água, dentro do oceano. Assim realmente parece que a lua existe dentro da água. Assim a nossa mente cria ambas as duas coisas e a doença.
...

Palestra de Doshô Saikawa Roshi
Tradução simultânea de Monge Genshô
ministrada para a Comunidade Zen Budista de Florianópolis e amigos, na abertura oficial da Sede da Comunidade, em Florianópolis no dia 03 de outubro de 2006.
Decupada da gravação e digitada por Jane Denkô.

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Pensar

A grande dúvida é atiçada na meditação ao ser dar voltas em torno do centro, em reflexões e vaticínios. As pessoas que têm medo de pensar têm medo da grande dúvida, assim como aqueles que usam os pensamentos como arame farpado para afastar o inimigo chamado vida. Uma vez que tenhamos sacrificado a infalibilidade, a babá da singularidade (não apenas nossa, mas a infalibilidade de todos os demais); uma vez que tenhamos repovoado a terra com homens e mulheres comuns e os tenhamos feito tirarem as muitas máscaras que impulsionaram alguns a alturas sem igual, ao mesmo tempo que baniam o resto para uma insignificância abismal; uma vez que tenhamos reconhecido que a mais apreciada das declarações, o mais inspirador dos pensamentos, a mais eterna das frases não passam de peças mutantes num quebra-cabeças instável de probabilidades que patina e resvala enquanto novas peças são feitas e antigas são perdidas, então, poderemos pensar sem perigo e meditar com proveito. As palavras deixam de ser obscuras e não passam de janelas para a grande dúvida além de todas as palavras.

Albert Low -
Pensando Zen; A vaca de ferro do zen.

Baso e a Meditação

Quando jovem, Baso praticava incessantemente a Meditação. Certa ocasião, seu Mestre Nangaku aproximou-se dele e perguntou-lhe:
- Por que praticas tanta Meditação?
- Para me tornar um Buddha.
O Mestre tomou de uma telha e começou a esfregá-la com um pedra. Intrigado, Baso perguntou:
- O que fazeis com essa telha?
- Pretendo transformá-la num espelho.
- Mas por mais que a esfregueis, ela jamais se transformará num espelho! será sempre uma pedra.
- O mesmo posso dizer de ti. Por mais que pratiques Meditação, não te tornarás Buda.
- Então o que fazer?
- É como fazer um boi andar.
- Não entendo.
- Quando queres fazer um carro de bois andar, bates no boi ou no carro?
Baso não soube o que responder e então o Mestre continuou:
- Buscar o Estado de Buda fazendo apenas Meditação é matar o Buda. Dessa maneira, não acharás o caminho certo.

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Para sair siga a correnteza

Todos os anos, quando dentre as folhas verdes surgem os primeiros frutos da ameixeira, lembro-me da frase: "a ameixa amadureceu".
há muito tempo, viveu na China um Mestre Zen chamado Daibai Hôjô, cujo nome significa "a grande ameixa do eterno Darma". Depois de estudar com o Mestre Basô Doitsu, isolou-se nas montanhas distantes e por mais de trinta anos preservou na prática do zazen. Ele usava um manto feito com folhas gigantes de lótus, que cresciam abundantemente em um brejo, e se alimentava apenas de sementes de pinheiro.
Certo dia, chegou à sua cabana de eremita um monge que havia se perdido, perguntando- lhe como sair da montanha e chegar à aldeia mais próxima. Daibai respondeu:
"Siga a correnteza e saia", ou seja, basta seguir o curso do rio para sair das montanhas.
A poetisa Wariko Kai escreveu o seguinte poema:

Há rochas
Há raízes de árvores
Chuá chuá chuá chuá
Só chuá chuá, água fluindo


Pensando de modo egocêntrico, chegamos a desejar que as rochas e as raízes não existam. No entanto, se mudarmos o ponto de vista, poderemos perceber que as rochas e raízes integram a paisagem de maneira deslumbrante. É justamente por sua causa que o rio se torna atraente. A visão das ondas nelas se fragmentando está além de qualquer descrição.
As rochas, raízes e respingos d'água são aspectos da grande natureza. A alegria, a raiva, a felicidade, a tristeza e todos os sentimentos humanos enfeitam a nossa vida. Percebendo isso, podemos viver serenamente, aceitando tudo o que acontece, e conseguimos fluir como a água. Que simplesmente corre, acomodando-se a todas as formas, sem se apegar a nada.

M.Shundo Aoyama Rôshi -
Para uma Pessoa Bonita - Ed. Zen do Brasil.

domingo, 2 de agosto de 2009

Ouvir a Voz do Vale (3)



...
"Quando o shijo anuncia o inicio do zazen e tudo está silêncio, a voz do rio é alta e clara. Durante a caminhada kinhin, seu som se atenua. E ao final da meditação, ao som do chukai, a voz do vale desaparece completamente. É muito interessante. Por que será? o som do rio do vale aumenta,diminui, desaparece, mas não é o rio que muda. Quando as ondas de nosssa mente se acalmam, podemos ouvir o sermão sem palavras da água, das gotas, da erva, das árvores, dos seixos e das montanhas nos ensinando a transitoriedade do todas as coisas. Quando surgem pensamentos, todos se calam. Na verdade, eles não deixam de falar; nós é que perdemos a capacidade de ouvi-los.
...
Se escutarmos o rio sem atenção, a água que corre parece ter um ritmo constante e ininterrupto. Entretanto, nenhuma gota d' água passa duas vezes sobre a mesma pedra. Não é nunca a mesma gota que forma o leito do rio ou o murmúrio da correnteza. A imutabilidade é apenas uma ilusão dos olhos e dos ouvidos humanos. Uma vez que tenha passado, a água não corre nunca mais no mesmo ponto do rio.
A vida humana não é diferente. Acreditar que ontem é igual a hoje é resultado de nossa ignorância e insensibilidade. São nossas mentes e nossos olhos deludidos que vêem o passado igual ao presente. Os olhos iluminados vêem claramente a imagem das coisas em eterno movimento e reconhecem que um instante é diferente de qualquer ouro."
...

"Para uma pessoa bonita" - Shundo Aoyama Rôshi - Ed. Palas Athena

sábado, 1 de agosto de 2009

Passo a Passo



"Anos atrás, me encontrava sozinha com Samdech*, enquanto aguardávamos para ir ao aeroporto, vindos de um encontro do Concílio pela Paz. Aproveitei a oportunidade para perguntar a ele sobre sua morte, e como deveríamos nos preparar. Primeiramente veio uma séria dissertação sobre o apego (como somente o monge seria capaz de dar!). E então Samdech riu, na sua forma bela e melodiosa... 'A vida é respiração, Irmã... Eu inspiro...eu expiro... e eu inspiro... e eu expiro... Então não mais respiração.. e eu morro!!!' Nós dois rimos durante algum tempo, desfrutando da beleza simples desse conceito... E, então, de repente, Samdech ficou sério novamente: 'Irmã, nós andamos agora!', ele disse. E andar foi o que fizemos, caminhando em círculo pelo salão de conferência por algum tempo, em silenciosa meditação...Andamos vagarosa e pacificamente naquele dia, passo a passo... a passo...".

Jane, editora de "Passo a Passo.
http://folhasnocami nho.blogspot. com/